segunda-feira, 14 de março de 2011

Profunda Noite Goiana - Parte 1

Antes de começar, acredito que as coisas seriam melhores se as pessoas parassem de pensar tanto no futuro, fazer planos, imaginar como seria se não tivesse acontecido tal coisa e sim outra, se não tivessem saído, se não tivessem chegado atrasadas etc. Se vivêssemos mais o hoje e sem tantos "se", a sociedade seria mais cordial e, quem sabe, melhor sucedida.

Como não é assim, a noite passada foi bem interessante. Alimentados por cachorro-quente caseiro e cerveja, familiares e eu debatemos alguns assuntos. E agora que tenho um blog, qualquer conversa pode virar um post ou uma curta série de postagens.

Cena 1: NA SALA, ASSISTINDO AO FANTÁSTICO.
Estão presentes eu, meu sobrinho e sua esposa (ambos 20 poucos anos), meu cunhado (30 poucos), minha irmã (40 poucos) e sua sogra (50 tantos). A reportagem do Fantástico - logo abaixo - falava sobre um nadador que, ao mergulhar em alto mar, bateu a cabeça, perdeu seus movimentos e ficou boiando horas até ser encontrado.


Começamos, como todo e bom bebum, a filosofar sobre a vida. Questionávamos como deve ser difícil para um casal quando o homem ou a mulher sofre um desses acidentes graves e perde grande parte de sua mobilidade, deixando de viver a vida como antes (aqui assumo nossa ignorância).

Se acontecesse comigo um desses acidentes, iria imediatamente sair de casa. Não aguentaria ver a relação ser sustentada por lembranças e gratidão. Deixaria minha esposa e, de imediato, me mudaria para a casa de familiares. Se fosse ela a atingida, pensamento inverso. Não me parece possível viver em paz sabendo que por uma fatalidade larguei a mulher que amava! Pode soar machista ou o contrário, não sei. De certo, é que é contraditório. E assim é, por eu não ter passado nem perto de uma situação dessas. 

Outros comentários surgiram, gente que acreditava que as coisas podiam não mudar. Outros certos que o homem perderia a autoestima e se transformaria, afastando a mulher por causa de seu comportamento, não pela condição física. As mulheres presentes concordavam falando que era muito mais fácil para elas aceitar um casamento sem sexo. Um dos homens se mostrou moderno e falou que aceitaria umas puladas de cerca quando a mulher necessitasse e ele não pudesse satisfazê-la.
(O meu conceito de traição rende outro texto.)

O assunto é polêmico e todas essas opiniões são leigas. A mudança de vida em um caso desses é incontestável, mas não significa que seja o fim dela. Há milhões de pessoas que estão vivendo bem, batalhando por seus direitos e reconhecimento ou apenas sendo pessoas normais mesmo. Se eu tivesse a oportunidade de conversar com alguém que viveu a situação, talvez ouvisse que as opiniões dela antes do acontecido eram iguais as minhas, dos meus parentes ou as de vocês. Eu sei que, pra mim, parece muito mais fácil reconstruir uma vida do que adaptar a que tinha antes, incluindo o sexo e o casamento.

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