12 de Junho. Eu comecei a namorar cedo, então já passei algumas vezes esse dia entregando presentes, recebendo, falando coisas bonitas, deixando mensagens no Orkut (até os gênios já o tiveram), fazendo programas especiais, jantares, almoços e todas essas coisas... Agora eu assisto isso de fora e não é porque estou solteiro por opção (delas!) que vou falar mal da data ou demonstrar toda a minha raiva por esses infelizes que enchem o Facebook e o Twitter de mimimis românticos. Não, eu não ligo. #raivamodeoff!
Desde quarta-feira passada, se não me engano, as redes sociais foram dominadas pelo vídeo clipe que uma operadora de telefonia móvel a Vivo produziu com a O2 para o Dia dos Namorados. A música do Legião Urbana escolhida foi Eduardo e Mônica. Foram muitas as postagens do vídeo! Li em algum Twitter que foi "o primeiro viral de uma empresa brasileira". Não sei se foi o primeiro, mas ficou claro até pra quem não entende o que é viral que realmente foi uma febre. Todos comentavam o quanto era lindo, emocionante, sensível, saudosista etc.
Eu no primeiro dia já comentei: É PLÁGIO. Não da ATL, mas da minha mente brilhante. Eduardo e Mônica integra uma lista que deve ter umas 5 músicas: a lista do que eu gosto de Legião. Se bem que pra quem não gosta, até que Legião é um termo bem citado por aqui. O que interessa é que minha alma de roteirista sempre quis escrever um roteiro dessa verdadeira história pronta, interpretada pelo Renato Russo. Um seriado, quem sabe. Quando fizer 20 anos da morte do cara, vocês verão a minissérie que vou assinar na Globo. Esperem!
No dia seguinte à febre do vídeo da Vivo, eis que aparece um outro de 2002 (salvo engano, novamente) com uma propaganda de menos de 1 minuto com a mesma música e cenas parecidas de uma outra empresa de celular, a ATL (comprada pela Claro poucos anos depois). O que tinha de gente xingando muito no Twitter era graça! Do céu ao inferno, mas ainda assim na boca, ou melhor, no dedo dos internautas, estava a Vivo. Não dá pra negar as semelhanças, mas reparem... assistam um vídeo e depois o outro sem áudio. Nem se parecem tanto! A música que faz toda a diferença. Quantas propagandas com a mesma trilha vocês já viram?
Comentários rolaram na grande rede, a Vivo e a produtora afirmaram não terem visto o vídeo da ATL. Alguns defendiam falando que um era vídeo institucional, o outro uma propaganda. Outros defendiam a Vivo falando que o clipe era muito melhor; mas o fato de ser melhor não abona o de ser cópia. Na verdade, não interessa. Se foi copiado ou não, vimos uma bela peça publicitária que foi viral antes da descoberta do outro vídeo. Eu agradeço por ter tido a oportunidade de ver Eduardo e Mônica em ação. Sério, eu me emocionei de verdade assistindo. Além de ser, possivelmente, a música que mais gosto do Legião, é mais uma das trilhas da minha Brasília. E aí veio o que mais incomodou...
Por que nenhuma das duas versões foi gravada em Brasília? Do mesmo jeito que têm aqueles que vivem por criticar o que vem do exterior, que falam da desvalorização do país, existem aqueles que sobem nas tamancas por São Paulo e Rio, principalmente pela Rede Globo, serem os cenários principais do país. Eu estou cagando para isso. Só que um roteiro deve ser coerente. Eduardo e Mônica são brasilienses! Ele anda de camelo e a encontra no Parque da Cidade, não em um parque da cidade. Relaxem que eu não me venderei para a Globo. A minissérie vai ser passar aqui! Já pensou Eduardo e Mônica andando no Leblon? Não.
Esse episódio do plágio, das pessoas revoltadinhas, reflete algumas coisas que têm me irritado deveras bastante! As pessoas se importam mais com o que deve fazê-las gostar ou não de algo, do que realmente do que fazem ela amar ou não. Quero dizer o seguinte: eu amei o vídeo da Vivo (1º dia); nossa, mas esse vídeo é ridículo, uma cópia descarada (2º dia). É a mesma coisa do eu amo essa música (1º mês); você ouve essa música? Que loser, isso é modinha (2º mês). A gente pode até deixar de gostar de uma coisa ou de alguém porque enjoamos disso ou nos decepcionamos com uma atitude. Só que nos casos que falei, as pessoas simplesmente não gostam por motivos bestas: não vou curtir uma coisa que já curtiram anos atrás; não vou ouvir/dançar/comer/usar isso porque todos usam. Ah, bando de babacas!
E se esse dia serve de alguma coisa, talvez você não esteja comemorando com alguém ou esteja em casa com raiva alheia por um motivo: você é um babaca. Não é o meu caso, eu preciso de liberdade pra criar, eu faço duas faculdades, eu sou muito exigente, eu tenho um grande amor, estou me dedicando aos estudos, roubaram meu carro... WAIT! Eu sou um babaca? Minha vida amorosa não interessa! Se não der pra ser menos babaca no amor, seja em todo o resto. Parem de reclamar, de procurar motivo para reclamar. Divirtam-se com o que faz bem pra vocês. Importem-se menos com o que deveria ser divertido ou não!
Anexo: Pelo Direito à Estupidez.
Leia também: Teorias da Conspiração.
O último texto publicado foi: O livro adotado pelo MEC e o kit gay: boas intenções e só.
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Sempre muito bom, concordo com vc em tudoo!!!
ResponderExcluiro/
eduardo e monica em BRASILIIIIA
eu já disse que o clipe deveria ter sido gravado aqui, de resto, sempre gosto dos seus textos.
ResponderExcluirah, investe nessa ideia do seriado pra GLOBO, eu apoio! (y)